top of page

Os prédios cadentes do Brasil


O que os acidentes em Fortaleza nos disseram sobre a forma como construímos no Brasil? Que lições podemos aprender com os acontecimentos de forma a prevenir imprevistos em nossas obras?


Fonte | Imagem: http://maisengenharia.altoqi.com.br/

2019 teve muitos acontecimentos marcantes relacionados à Construção Civil, sendo alguns bons e outros ruins, mas o final desse ano foi marcado por certos acidentes que assustaram o país. No dia 15 de outubro, o edifício Andrea, localizado no Bairro Dionísio Torres, na cidade de Fortaleza, desabou, matando nove pessoas. Esse incidente ocorreu pouco mais de 4 meses após o desabamento parcial do prédio Benedito Cunha, também na cidade de Fortaleza, que apesar de não ter deixado vítimas fatais, colocou em risco a segurança de todos nas proximidades do local.

Mas o que esses dois acidentes, tão próximos e num período tão curto de tempo, nos permitem deduzir? Se trata de uma triste coincidência ou realmente existe um problema na forma como construímos atualmente?
Fonte | Imagem: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/metro/desabamentos-em-fortaleza-crescem-246-em-um-ano-1.2106963


No dia 01 de junho, algumas colunas de sustentação do edifício Benedito Cunha (Maraponga, Fortaleza) romperam, o que levou ao desabamento parcial do prédio. Todo o prédio, além de 12 casas vizinhas, teve que ser evacuado. Apesar de não terem sido feitas vítimas fatais, a cena chocou a todos. Quase um ano depois do acidente e ainda nos resta a pergunta: o que causou isso?

Segundo laudo técnico (produzido pelos peritos do Núcleo de Perícias em Engenharia Legal e Meio Ambiente (Npelm) da Pefoce), uma série de fatores colaboraram para o desabamento. Entre eles podemos citar o fato de que o prédio foi construído em cima de um solo com características colapsíveis (apresenta grande sensibilidade à água e, assim, reduz de volume quando umedecido). Assim, o desabamento foi potencializado à medida em que ocorria o encharcamento do solo devido a efluentes de uma fossa situada abaixo do prédio. O terreno também foi afetado por um vazamento de água no imóvel adjacente ao prédio, e pela elevação do lençol freático, provocada pelo alto volumes de chuva na região.
Em nota, a Defesa Civil de Fortaleza informou que esteve no edifício duas vezes antes do incidente e, ao constatar os riscos, orientou os condôminos a procurar um engenheiro. Os proprietários do imóvel foram indiciados pelos crimes de desabamento e dano qualificado. Ou seja, construir de forma imprudente é passível de punição perante a justiça, assim como a negligência.



Fonte | Imagem: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/metro/desabamentos-em-fortaleza-crescem-246-em-um-ano-1.2106963

Pouco mais de 4 meses após o desabamento parcial do edifício Benedito Cunha, o edifício residencial Andrea (também localizado na cidade de Fortaleza) desabou totalmente, deixando inúmeros feridos e nove vítimas fatais. A construção do prédio data de 1995, e segundo a prefeitura, foi feita de forma irregular. O presidente da Conselho Regional de Engenharia, Emanuel Maia Mota, afirmou em entrevista que não tem registro ou nome do engenheiro responsável pela construção.


Uma vistoria técnica realizada pela CAC Engenharia, uma das empresas consultadas para fazer os reparos do Edifício Andreia, detectou pelo menos 135 falhas estruturais na construção em visita realizada no mês de setembro. Apesar disso, o presidente do grupo informou que a empresa não foi selecionada para fazer o serviço no local. Segundo ele, quando retomaram contato com o condomínio, a síndica (que ainda está desaparecida sob os escombros da edificação) disse que outra empresa foi escolhida após oferecer preço 30% inferior.

Além disto, o laudo técnico do acidente aponta inúmeros erros, como o alto grau de corrosão do aço estrutural, ou as diversas camadas de revestimento do aço ineficazes. Para informações mais detalhadas, pode-se ler mais sobre o laudo aqui.
Podemos notar semelhanças entre esse incidente e o do edifício Benedito Cunha, em ambos os casos a negligência foi um fator determinante para o ocorrido. Porém, no caso Andrea as falhas foram muito maiores e se somaram desde o princípio da obra, além de ter sido construído de forma irregular, o que nos leva a crer que a forma com que o prédio foi construído passou longe do ideal, medidas não foram tomadas de forma mais imediata por uma tentativa falha de economizar em algo que deve ser feito com o máximo de atenção possível.

Mas esses 2 acidentes são casos isolados ou trata-se realmente de um problema em maior escala?

Fonte | Imagem: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/metro/desabamentos-em-fortaleza-crescem-246-em-um-ano-1.2106963
Segundo levantamento feito pelo Diário do Nordeste, no período de janeiro a maio de 2019, foram registrados 142 desabamentos na cidade de Fortaleza. O que representa um aumento de 246% em relação ao mesmo período de 2018. E mesmo com esse número alarmante, fiscalizações de rotina continuam não sendo realizadas pela prefeitura, o que poderia evitar inúmeras tragédias.

Ou seja, não se trata de um caso isolado, mas sim de uma soma de fatores externos e internos que aumentam as chances de acidentes desta espécie. O fato deterem acontecido dois casos de maior repercussão simplesmente fez com que olhássemos mais atentamente para essa área.

Também não se trata de uma exclusividade cearense, visto que o Distrito Federal registrou o dobro de desabamentos no intervalo de 1 de janeiro a 15 de outubro de 2019, em relação a todo o ano de 2018. Ainda é possível lembrarmos de inúmeros outros acidentes que aconteceram no país, como o desabamento do prédio Palace II de 22 andares, em 1998, que matou 9 pessoas ou mesmo desabamento do edifício Liberdade, no Rio de Janeiro em 2013, que levou ao chão também 2 prédios vizinhos.

Levando em conta os principais incidentes noticiados ultimamente, vamos listar algumas das principais causas que levam ao desmoronamento de edificações e atitudes que podemos tomar com intuito de prevenir acidentes:
  • Fundações inadequadas ou falta de um estudo do solo. Talvez a principal causa do acidente no Benedito Cunha tenha sido a não adequação da obra ao solo sobre qual ela seria construída. Portanto, é de extrema necessidade que seja analisado o solo antes de se construir qualquer coisa sobre ele. Ou seja, nada de economizar no projeto de estudo do solo.

  • Projeto de qualidade. Antes de iniciar a execução em si existe a fase de concepção da obra, e é imprescindível que seja realizada de forma excepcional.

  • Falhas na execução da obra. Mais do que um projeto bem feito, é necessário que a equipe responsável pela execução da obra seja capacitada o suficiente para executar os métodos e técnicas certas, deforma a evitar qualquer imprevisto futuro.

  • Manutenção. Depois de concluída a obra, são necessárias inúmeras práticas que visem o bom desempenho e prolongamento da vida útil da edificação.

  • Também é importante se ater ao fato de que imprevistos sempre acontecem, e é necessário ter planos de emergência para eventuais fugas do planejamento.

É por entender a gravidade de tais erros que se torna importante ter um time de confiança na hora de construir. Interessado em conhecer mais sobre esse assunto e sobre a Prisma CSE? Entre agora em contato com um de nossos consultores de forma completamente gratuita e saiba mais sobre nossos serviços e sobre como podemos te ajudar a transformar seu sonho de um imóvel seguro em realidade.

 

Inscreva-se na nossa Newsletter e receba conteúdos em primeira mão!

Artigos em Destaque

O que achou desse artigo? Deixe seu comentário!

bottom of page